Elevadores são lugares estranhos. Uma caixa de ferro onde se encontra gente desconhecida que lhe acompanha em uma pequena viagem - para cima ou para baixo. As pessoas não se tocam, não se falam, não se olham... Preferem assistir todas juntas o espetáculo dos números luminosos que acendem e apagam, mudos.
Elevadores são uma parábola do mundo que criamos - um lugar lotado, impessoal, onde anonimato, isolamento e independência são a regra e a doença.
Na geração dos relacionamentos descartáveis, pouco se sabe sobre envolvimento de verdade. Uma das estratégias do diabo hoje é banalizar a existência humana, enfeitiçando-nos com explicações vazias, como a pressão do tempo, exigências do trabalho, crises pessoais, e passamos pela vida nulos, sem dividir nem somar.
Cristo viveu de um modo diferente. Ele, o pensamento audível de Deus, foi o mestre na arte de parar para ouvir lamentos de cegos, tocar leprosos, ouvir histórias de gente sofrida, comer com quem não tinha companhia, lavar pés empoeirados.
Jesus não era do tipo apressado, que deixa para falar depois. Não tinha secretária, não marcava hora, não entrava em elevadores.
E você? O que acha de resgatar as refeições significativas, as noites em família sem ruído de televisão, sem celular, sem internet? Que tal encontrar ocasiões para um envolvimento real com pessoas necessitadas, ao invés de somente orar por elas?
Pare o mundo que eu quero descer. Cuidado com o elevador.
Quem lê, entenda.